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Olá pessoal, eu sou o Geleia do Moto Clube Bicho Véio de Soledade no Rio Grande do Sul. Sou nômade no Bicho Véio, cheguei a esse cargo em 2019. Hoje no Bicho Véio temos dois nômades, eu e o fundador Pit. O presidente é o Luisinho. Estamos aqui para responder algumas perguntas para o Canal do Turista.

Como nasceu o projeto Casal ToP de PoP e porque escolheu esse nome?

A gente rodava com outras motos e quanto maior a moto menor o desafio, pelo menos pra gente é assim. Então, fomos descendo a cilindrada e chegamos numa Pop. Fizemos um projeto para rodar todos os Estados do Brasil e os países da América do Sul, mas por conta da pandemia, não teve como. Então, optamos por uma Pop. No início seriam duas Pops, uma pra mim e uma pra Natália, mas ela não quis e resolveu ir na garupa. Optamos por essa Pop para aumentar o desafio, que a gente sempre fala: “O que não nos desafia, não nos engrandece”. Então acabamos optando pela Pop e o Casal ToP de PoP foi mais um marketing para o motociclismo, para nos divulgar perante as redes sociais. Achamos que ficou legal – Casal ToP de PoP, e criamos esse slogan.

Há quanto tempo você roda pelo Brasil fazendo viagens?

As primeiras viagens que a gente fez foi em 1998/2000, só que naquela época a gente trabalhava, então não tinha tanto tempo. A partir de 2011 nos aposentamos e começamos a rodar. De 2015 pra frente resolvemos não parar mais, então fomos morar, literalmente, na estrada. Estamos aí há 6 anos rodando, praticamente sem parar.

Por quais estados ou lugares você já passou?

A gente já passou por todos os estados do Brasil. Estamos na oitava volta no Brasil, e ainda assim, não conhecemos tudo. O Estados que fomos menos foi o Amapá, fomos apenas duas vezes. Na América do Sul já entramos em todos os países, exceto no Chile, Equador e na Colômbia. No Uruguai fizemos todos os departamentos e capitais.

Você viaja o ano todo ou só por um período específico?

Estamos sempre na estrada, não temos período. Viajamos praticamente o ano todo. Paramos em São Paulo de vez em quando, na minha mãe, quando precisamos trocar a moto, ou quando é uma data comemorativa ou uma data específica, e ficamos por 2 ou 3 dias.

Quanto tempo você fica em cada lugar por onde passa?

O máximo que ficamos em um lugar é 3 dias, mas geralmente é um dia. Chegamos à tarde, dormimos, e no dia seguinte pela manhã partimos. Na maioria das vezes, fazemos isso. Então, a gente não fica muito tempo em um lugar só. O máximo é 3 dias, tirando o caso da casa da mãe da Natália e da minha mãe, que passamos até 5/6 dias, quando estamos em viagem é no máximo 2 ou 3 dias.

Como fazem para descansar à noite ou quando estão cansados?

Geralmente ficamos em apoios… casa de algum motociclista, moto clubes ou em postos de gasolina. E geralmente não é para descansar, porque como amamos fazer o que estamos fazendo, geralmente não nos cansamos. Estamos há 6 anos na estrada e não nos cansamos ainda. Paramos para conhecer pessoas, bater um papo, ficar no local, mas não necessariamente para descansar.

Qual critério você usa para escolher a moto que vai viajar? Quais tipos de adaptações você faz nela?

Eu sou totalmente contra fazer adaptações em motos. Trocamos algumas coisas que sabemos que não vai aguentar, como na Pop trocamos o amortecedor traseiro, porque o da Pop é muito frágil. Colocamos uma roda menor na frente para dar uma estabilidade maior no asfalto e para quando pegássemos areia. O critério é, “quanto pior, melhor”. Quanto mais dificuldade encontrarmos naquela moto, escolheremos aquela moto. Então hoje estamos com a Pop, porque muitas pessoas falaram que uma Pop não aguentaria fazer esse tipo de viagem. Mas estamos mostrando que já estamos com 38000 km rodados e ela está resistindo bravamente. Deu um problema no motor, mas já solucionamos e continuamos a viagem.

O que você leva para fazer as viagens?

Muita gente pergunta se a gente leva o que a gente precisa na moto. Precisar, precisamos de muita coisa. Precisamos de uma cama, de um ventilador, de uma televisão, de um sofá, porém levamos o que é estritamente necessário, o que a gente necessita. Tudo o que temos na moto, utilizamos em algum momento, então levamos somente o necessário, como ferramentas, câmera sobressalente e o mínimo possível de peças de roupas. Atualmente viajamos com uma calça, duas bermudas, três camisetas, algumas peças íntimas e um sapato e um chinelo apenas. Então levamos só o necessário, o que vamos necessitar mesmo.

Como você faz para alimentar, tomar banho e lavar as roupas?

Como geralmente ficamos em apoios, lavamos as roupas nas casas das pessoas. Em relação a se alimentar, para alguns locais que viajamos, levamos a nossa cozinha, que é uma panela, um prato, alguns talheres, uma latinha e álcool de posto que utilizamos para fazer o fogo e cozinhar. Geralmente comemos miojo, linguiça e algumas coisas fáceis e rápidas de fazer, como cup noodles, que é só aquecer a água e jogar dentro. Esse tipo de alimentação é rápida e utilizamos nas nossas viagens porque fica mais fácil para fazer. Lavar a roupa, fazemos nos locais onde dormimos.

Qual foi a estrada mais desafiadora que você já pegou?

Atualmente, procuramos as piores estradas do Brasil. Amamos estar nas estradas de terra. Chegou um ponto que até as estradas secas (sem chuva) já não davam tanto desafio, então agora procuramos as estradas nas épocas de chuva. Uma das estradas que mais nos desafiaram, foi a BR-319 em março. Pegamos ela em seu pior trecho, e agora, recentemente, pegamos algumas estradas no Amapá e no Pará que nem eram estradas, eram ramais que há muito tempo não passava ninguém e ali fizemos uma expedição. Tivemos que abrir no facão, desviar rota, passar por cima de árvores. Então as rotas mais desafiadoras que já encontramos foram no Amapá, Pará e Amazonas.

Já chegou a ficar sem combustível, ou do pneu da moto furar ou a moto quebrar? O que você fez?

Já ficamos sem combustível algumas vezes, mas sempre passa alguém e dá um pouco de combustível. Quando fura o pneu, temos os equipamentos na moto. Levamos chaves, remendos, câmera sobressalente e ali mesmo resolvemos. Então temos todo o suporte para estar na estrada e resolver o problema com a ajuda de alguém ou até mesmo sem ajuda de alguém.

Qual a maior dificuldade que já passou na estrada?

As dificuldades na estrada foram alguns acidentes que sofremos. Em um deles estávamos em um local esmo e ficou uma situação difícil. Foi uma das maiores dificuldades que já sofremos.

Quanto, em média, você gasta em sua viagem por mês, incluindo os pedágios?

Temos um teto de R$1300 a R$1600 por mês com tudo, salvo quando a moto apresenta algum problema grave, como aconteceu agora de bater o motor. Tivemos que pegar um dinheiro fora do orçamento, mas para isso sempre mantemos uma reserva justamente para essas horas, em caso de doença, acidente, quebra de moto grave. Mas o nosso gasto fica em torno de R$1300 a R$1600 por mês.

Qual lugar considera que mais marcou você?

Pra muita gente os lugares que marcam são as belezas naturais, pra gente os lugares que marcam são os que apresentam dificuldades, onde encontramos resistência muito grande para fazer. Ali achamos que é um lugar que marcou, então pra gente é a BR-319 em março que fizemos e o Amapá também que foi uma das estradas mais difíceis de fazer. Então foram esses os lugares que marcaram pra gente.

Até quando vocês pretendem viajar de moto? Se parar, onde irão morar?

Essa é uma pergunta que nem a gente sabe até quando iremos continuar. Dificilmente conseguiremos responder. E onde iremos morar, fizemos um vídeo no YouTube, que se algum dia pararmos, pretendemos morar em João Pessoa na Paraíba. É um local que gostamos muito, é um local muito bom, bem centralizado, está perto de Natal, Recife, de tudo, então seria o local ideal pra gente parar.

Qual seria o grande sonho do casal?

Eu digo que não existe sonho grande e não existe sonho pequeno, existe sonho. Nosso sonho é ter saúde para continuar fazendo o que estamos fazendo por um período que não sabemos até quando. Dentro do motociclismo não temos sonhos, vamos realizando vontade e desejos. Sonhos não paramos ainda para pensar, para ter noção do que a gente deseja. Temos vontades e elas vão se realizando ao longo do tempo.

Agradecemos ao canal do turista! Eu digo que fazemos isso porque amamos fazer, estamos nos lugares difíceis porque amamos estar. Motociclismo pra gente não é um hobbie, é um meio de vida. A gente vive isso, a gente é isso. Andar de moto não é o que a gente faz, é o que a gente é, então pra galera que deseja fazer um pouquinho do que estamos fazendo ou sonha morar na estrada, a gente diz: vai! Vai que a estrada é maravilhosa, as viagens são maravilhosas e o povo brasileiro é um povo maravilhoso. Estamos muito felizes com o que estamos fazendo e agradecemos a todos. Temos um canal no YouTube chamado Geleia na estrada, se quiserem nos seguir, agradecemos. Lá têm vídeos de todas as nossas viagens. Valeu e a próxima estaremos por aí!

Agradecimentos ao Sauxixa por fazer os contatos e colaborar com a entrevista!

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